31 de julho de 2009

eu irrito-me, o sangue ferve, os nervos contraem-se, as minhas entranhas dizem 'é a última vez', engulo em seco, faço um cara feia, viro-te as costas, finjo que não oiço, não te respondo, dou-te um beijo frio e deito-me com mágoa. mas depois dizes o meu nome e parece que só tu sabes dizer esse nome, então sinto-me muito leve e começo lentamente a esquecer tudo.
se isto não é amor deve andar bem perto.

28 de julho de 2009

Minha querida Cindy,

É verdade que tens levado este ar partilhado para a frente com a tua força e que não tenho contribuído muito nos últimos tempos. Mas prometo voltar rapidamente ao exercício da escrita, falta só um bocadinho assim para aterrar na minha doce rotina, depois de uma viagem que me pareceu pelo mundo mas que nunca saiu dos recortes do nosso Portugal.
a seguinte constatação ocorreu-me aqui no trabalho (agorinha mesmo) mas aplica-se igualmente à nossa vida pessoal: as pessoas não gostam de resolver os seus problemas sozinhas, ou simplesmente não sabem, ninguém lhes ensinou a remar sozinhas. por isso, estão sempre a puxar companhia para o barco que está a afundar em vez de tapar o buraco por onde entra a água. gastam mais energia, tempo e esforço à procura de parceiros do que à procura da solução, e insistem nas mesmas frases 'mas não concordas comigo?', 'mas tu não achas que eu tenho razão?', 'mas não te faz impressão?'. sim, sim, claro, mas o que interessa o que eu acho se já tens a água pelo pescoço?
começou ontem a dar na rtp 2 a primeira série de '30 Rock'. eu, que andava em pulgas saltitantes para ver esta série, fartinha de ouvir falar da tina fey e dos prémios todos que ganhou, estava a postos e vi tudo. achei mais ou menos, ainda estou à espera de melhor. mas a verdadeira razão para ficar colada à rtp 2, às 23h30, de segunda a sexta, é este senhor aqui:



uft...

24 de julho de 2009

ahhhhhh... e ainda ontem, depois da tal reunião, aprendi que quando um cavalheiro tem que sair do elevador antes das senhoras, ele diz 'com licença'.
boca sexy e educação, como combinam bem...

23 de julho de 2009

acabei de chegar de uma reunião com a boca mais sexy da empresa. ainda bem que o meu cabelo está o máximo e que pus um rímel fabuloso.

nessa mesma reunião, um colega passou grande parte do tempo a roer as unhas, uma colega aspirou os restinhos do almoço dos dentes fazendo aqueles barulhinhos que vocês sabem, três telemóveis tocaram e um director trazia uma camisa de manga curta igual à dos condutores da carris.

a esta altura do campeonato espanta-me que ainda haja quem fale em 1.000 escudos e 1 conto e quinhentos. e não, não estavam a tentar ter graça...

rescaldo da reunião: pensamentos, mil. apontamentos, zeeeeeero!

22 de julho de 2009

serviço público

para todos os aquarianos que passarem por aqui hoje:

"Things may seem like a life or death situation today, but remember deep down that they are not."

by www.astrocenter.com

21 de julho de 2009

chateiam-me as pessoas que estão sempre a repetir 'como já referi', 'como já disse antes', 'como mencionei há pouco' e outras frases similares. chateiam-me porque insistem nessa pequenina chamada de atenção, nesse ralhetezinho, com um tom de superioridade condescendente, 'desta vez passa', e com um ar de 'o meu tempo é muito precioso'. chateiam-me porque às vezes os destinatários das frases não têm nada que ouví-las porque simplesmente não estavam lá quando foi referido, não receberam o e-mail onde foi dito antes ou não foi a eles que foi mencionado há pouco. e existem razões válidas para tudo, certo?
eu sei que me transformo numa menina muito feia quando lhes respondo: 'pois é, já disse mas vai ter que dizer de novo, a não ser que queira que eu adivinhe' ou 'deve ter dito, deve, mas ainda tem corpinho para dizer mais umas quinze vezes'. chateiam-me e eu chateio-os.
estes ares andam um bocado parados...
deve ser do tempo.
pesado.
que se tem feito sentir... ah ah ah!

17 de julho de 2009

pergunta do dia: estou triste mesmo porquê?

foi preciso olhar uma segunda vez para o lago da tristeza para ver que ele não passa de uma poça d'água.

16 de julho de 2009

24 horas

- mudei de password (a nova é **********09)
- aprendi uma grande lição (um 'não' é melhor do que um 'nada')
- comecei a ler um livro novo (as cinco pessoas que encontramos no céu)
- esqueci-me do telemóvel em casa (e não me consigo abstrair disso)
- vim de táxi e mesmo assim cheguei atrasada (o metro é que é)

10 de julho de 2009

Abro esta prosa com uma corrente de ar que empurra a porta para trás. Da posição em que estou, e que é muito própria de um rei, vejo um grande campo cultivado. Para dizer a verdade não consigo distinguir se é milho, couve ou feijão verde. É verde, um verde-minho ostensivo, como alguém me disse há uns anos atrás numa viagem de carro. Vou vivendo para deixar de viver, se me faço entender. Para mal dos meus pecados, e devem ser alguns, não há orgão neste corpo que se revolte contra mim. Cumpro as vontades do coração, dos pulmões, da bexiga, do intestino, porque na realidade nem força tenho para os contrariar. Deus sabe a minha hora. Ouço isto todos os dias pela boca das minhas filhas. Mas eu sinto que estou atrasado no meu compromisso. O último, talvez o mais importante, o eterno e terno momento em que terei paz. E essa paz é a alma deixada pelo meu corpo. Ficarei guardado num invólucro para sempre. Julgo, e não sei de onde me vem esta ideia, que a alma é coisa pequenina, condensada, que cabe numa mão fechada. Levanto o dedo indicador no ar e faço um risco e depois outro, e procuro encontrar o traço certo de uma caricatura. Uma entre dezenas que ficaram em pedaços de papel de uma mesa, um guardanapo, um bloco de notas. E assusto-me com a firmeza da minha mão. Não é justo, é o que posso dizer.
Mais velho do que eu nesta terra só o Joaquim Preto que mora duas ruas abaixo, e leva dez anos de avanço. Já me parecia velho quando eu ainda me achava novo e agora que eu sou velho ele deve ser muito velho. Já não o vejo há muito tempo. Esperamos sentados, vestidos, penteados, engomados, a recolha da morte.

reabrir as janelas da vida



não tenho achado nada mais lindo nos últimos dias. e já estou reabrindo as minhas...

9 de julho de 2009

três palavrinhas apenas

tenho o 'não faz mal' sempre na ponta da língua, na pontinha mesmo, quase caíndo. a pessoa ainda está no 'pa' do 'desculpa' e eu já atiro com o meu 'não faz mal', ora sorridente ora de beicinho. de qualquer modo sinto sempre que é uma afirmação precoce, incontrolada e disparada antes do tempo.
pois hoje cheguei à conclusão, querida annie e querida suzanne, que mesmo que o 'desculpa' tenha sido automático, o meu perdão não o pode ser. até porque às vezes faz mal, faz mesmo mal e faz muito, e ao disfarçar isso estou a disfarçar a minha própria dor.

8 de julho de 2009

estou furibunda por não ter visto o espectáculo de homenagem ao michael jackson. e o alvo da furibundice sou eu mesmo, eu e a minha cabecinha de pevide que não se lembrou que esse tributo ia dar e esteve entretidíssima a fazer tofu ao molho de coco instead. se alguém souber se vai passar de novo (e quando) ou se está disponível em algum site, pleeeeeze let me know.

pela atenção, grata.
cindy

6 de julho de 2009

maninhos separados pelo atlântico:


diogo infante e tim allen

sou só eu que acho um a cara do outro?
Uma vez foi a uma astróloga que me disse que há pessoas que têm sempre uma carta na manga no que respeita a sua vida... E que a possibilidade de jogar essa carta lhes dá a liberdade de não estarem cá verdadeiramente, porque sabem que como a podem jogar a qualquer momento e acabar com tudo, a vida tem pouco valor.

Ela também me disse que enquanto eu tivesse essa carta na manga a minha vida ía ser apenas um projecto daquilo que poderia ser...

É curioso que foi apenas no passado fim-de-semana que percebi integralmente o que dizer... quando digo perceber não digo aquele estado em que a nossa memte percebe racionalmente o que uma coisa quer dizer... Mas sim aquele estado em que o nosso corpo também percebe, em que o nosso eu mais profundo se (a)percebe do verdeiro significado para nós. De tal forma que ficamos fisicamente doentes... de tal forma que sentimos uma nausea forte que nos sacode os sentidos...
Neste fim-de-semana cheguei à conclusão que, por causa desse trunfo na manga, a maior parte das vezes tenho sido uma outsider da minha própria vida... E em momento tão importantes!!!!
A verdade é que me é muito difícil enfrentar compromissos... Sou desligada... ou será que me desligo?

3 de julho de 2009

guilty pleasure

adoro trabalhar descalça...


listas, listas, listas, eu adoro listas!
listinha das coisas que vou fazer neste fim-de-semana:

- um bolo de maçã
- yoga
- meditação com o cd do dr. brian weiss
- ir à missa
- desenhar
- ver em dvd 'as vinhas da ira' (se a suzanne me emprestar)
- escrever uma carta
- arrumar o armário da roupa
- arrumar o armário dos sapatos
- dançar
- dormir à tarde, no sofá