30 de abril de 2009
não é apenas não querer ir, espero que entendas, é mais querer ficar sozinha. e é impossível ficar sozinha com tanta exuberância regional à volta. mas se há alguém que se acha capaz dos impossíveis, esse alguém sou eu. e ainda por cima lá vem mais um dia da mãe. odeio o dia da mãe, odeio, odeio, odeio. nunca sei ao certo o que sentir. blé (língua de fora) para o dia da mãe.
Um dia destes, quando menos esperares, aparecerei triunfante numa festa, num jantar recheado de gente, trajando um belo vestido vermelho ou de um azul forte, ou qualquer outra cor que trará os teus olhos até mim sem hesitação, e que trará também todo o teu desejo, as tuas mãos, de que tenho saudade imensa. Não me importa que me digam que o desejo de vingança tomou conta de mim, porque é essa onda fria, quase gelada, que tem parado as minhas lágrimas, que me deixa dormir, que leva o meu sono e os meus sonhos para longe de ti, muito longe de ti. Nesse dia, eu sei, já não vou querer as tuas mãos a tocar-me o cabelo, já não vou querer que a tua boca deixe beijos no meu pescoço, nem palavras bonitas no meu ouvido. Já não te amarei, meu querido A.. Já te poderei cumprimentar com um sereno aperto de mão.
ontem, inspirada pelo amigo darwin (que fazia aniversário no mesmo dia que eu) fiz uma lista dos prós e contras para me ajudar a tomar uma decisão. que no meu caso foi uma lista das vantagens e desvantagens de ir. e não é que o método funciona? trancada na casa de banho, escrevi com letra de forma de um lado tudo de bom e do outro lado tudo de mau. ficou linda a minha listinha, só um mísero borrãozinho. reli tudo, mais do que uma vez, e apesar da lista das vantagens ter o dobro dos itens da lista das desvantagens, eu decidi ir na mesma. porque ele merece. e por amor.

29 de abril de 2009
hoje fui fazer um electrocardiograma porque três profissionais aconselharam-me a fazê-lo depois de ouvirem o meu batuque interior. nunca fui frágil, nem fisicamente nem emocionalmente. tive uma infância super-saudável, depois sangrei e continuei a ser 'forte como um touro' (lembram meninas?). tenho ancas de boa parideira (ainda que sem provas dadas), rosto corado de menina das quintas e a plena consciência de que nasci com um corpinho feito para amassar folares, apanhar batatas e ameaçar os putos com tareias. (dará Deus o corpo conforme o destino?)
agora parece que o meu coração bate noutro ritmo, parece que suspira, que é frágil, tadinho. amanhã sai o resultado e logo ficarei a saber se bate um coração de poeta dentro deste corpo de taberneira.
agora parece que o meu coração bate noutro ritmo, parece que suspira, que é frágil, tadinho. amanhã sai o resultado e logo ficarei a saber se bate um coração de poeta dentro deste corpo de taberneira.
28 de abril de 2009
Annie e Cindy,
No dia em que me apaixonei pelo A. deixei de roer as unhas. Cresceram lindas e viçosas, as unhas, como se tivessem adubo e água fresca todos os dias. Cortava-as sem olhar a segundas, quartas ou superstições.
Regressada de Paris, onde fui secar o cartão de crédito e reabilitar o coração. Estou cheia de Chanel e beijos para vos dar. E voltei a roer as unhas, para que conste.
No dia em que me apaixonei pelo A. deixei de roer as unhas. Cresceram lindas e viçosas, as unhas, como se tivessem adubo e água fresca todos os dias. Cortava-as sem olhar a segundas, quartas ou superstições.
Regressada de Paris, onde fui secar o cartão de crédito e reabilitar o coração. Estou cheia de Chanel e beijos para vos dar. E voltei a roer as unhas, para que conste.
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