14 de maio de 2009

Um café

Dou por mim a ensaiar muitas perguntas e muitas respostas. Para quê? Sei que não vou usar nenhuma delas. Dou por mim a pensar em todas as maneiras de esconder as minhas mãos nervosas. O sangue correrá quente, a escaldar, romperá caminhos sem nenhuma piedade. E eu sentirei o meu peito a atraiçoar-me, respiração galopante que não poderei controlar. Talvez leve uma gola alta para esconder esse descontrolo. Talvez ela me salve, talvez ela me guarde como um anjo. Mas voltemos ao alinhamento. Quero ver-te, mas não quero ver-te. Será que entendes esta minha indecisão? Quero voltar a tocar-te. O rosto, o cabelo, a barba. Quero saber que notícias novas terás para mim. Quero saber o que pensaste, o que fizeste, enquanto estivemos separados. Parece que passou muito tempo, mas talvez não tenha sido suficiente para me libertar desse magnetismo que trazes no corpo, que não me deixa pensar, que engana a razão, a minha razão. Mas quero voltar a ver-te.

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