13 de junho de 2009

Mesmo que não acredites, recordo a todo o instante aquele gesto de agarrar a tua mão, caminhar a teu lado, poucos passos, um minuto, menos de um minuto de uma tarde preciosa. Lembro-me do céu, o barulho infernal da estrada, ali tão perto, lembro-me das roupas que trazíamos, lembro-me do teu perfil, lembro-me das portas do carro a fecharem-se pesadamente. Ligar o carro, acelerar em seco, puxar o cinto, soltá-lo como se fosse um elástico, soltar a voz de Caetano presa há dias na mesma música (Terra! Terra!), cantar contigo, olhar o relógio, o céu do tamanho de um vidro de um carro, procurar o Sol, lembrar-me que era Abril, sem águas mil.

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